terça-feira, 10 de junho de 2008

O jeito é baixar...

Sites para baixar torrents de filmes não faltam por aí. E geralmente são os gringos que saem na frente neste quesito, mas até hoje o mais legal que eu já encontrei é um brasileiro. Com diversas opções de filmes de tudo quanto é estilo e época todos com legenda em português! O Making off.

Lá você acha ótimos documentários que não acha tão fácil por aí, como o brasileiro “Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas”, o sueco “Surplus” e o norte-americano “This Film is not Yet Rated”. Além de filmes cult esquisitos e muita coisa que nunca chegou por aqui. Como o uruguaio – primeiro da dupla Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll , diretores de uma fita que fez um relativo sucesso por aqui: “Whisky” - “25 Watts”, o último do coreano Chan-Wook Park – o mesmo da trilogia da vingança - “I'm a Cyborg, But That's Ok”, a estréia do Malcolm McDowell – que rendeu ao cara o papel que marcou a carreira dele: de Alex no Laranja Mecânica - “Se...”, dirigido pelo Lindsay Anderson (o primeiro de uma trilogia que seguiu com “O'Lucky Man” e “Britannia Hospital”... bons exemplos de filmes legais e que muita gente não viu não faltam!

Ah, e é tudo de graça! É só se cadastrar, de forma bem simples e rápida, e pronto, você já pode baixar os filmes que quiser. Claro que não será tão rápido quanto fazer o download do último episódio da quarta temporada do Lost, alguns filmes com poucos uploads requerem mais paciência, mas nada que atrapalhe quem curte descobrir coisas interessantes.

Vamos lá, pessoal, baixem filmes! Pelo menos enquanto o mercado de DVD aqui for uma bosta e não lançar nada a não ser coisas óbvias.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Heróis esquecidos da música: Michael Nesmith

Nascido em 30 de dezembro de 1942, em Houston, Texas (EUA), Robert Michael Nesmith, ou Michael Nesmith como ficou mais conhecido principalmente quando foi um dos integrantes da primeira boy band da história, os Monkees (sem deméritos, adoro essa banda). Mas mesmo com essa importante e interessante passagem pelo pop dos anos 60, quero falar mais de quando esse cara teve total liberdade pra fazer o que queria e foi, junto com Gran Parsons (ex-Byrds) um dos grandes expoentes do country-rock, gravando grandes albuns com a First National Band e em carreira solo. Aliás, poucos sabem, mas Nesmith foi o primeiro ganhador de um Grammy, em 1981, pelo melhor video clip do ano, com “Elephant Parts”.

Filho único de Warren Audrey Nesmith e Bette Nesmith Graham, o pequeno Mike logo se viu sem uma figura paterna quando seu pai foi comprar cigarros e nunca mais voltou. Criado apenas por sua mãe, ele viva sendo expulso de escolas por sua rebeldia. Mas a sorte logo sorriu para Mike, pois sozinha e com um filho pra criar, Bette começou a trabalhar como secretária e acabou inventando um líquido para corrigir erros de datilografia. Isso mesmo, ela criou o que ficou conhecido como Liquid Paper! Ficou milionária e pôde dar a seu filho tudo que ele queria.

O garoto, além de famoso pregador de peças, não era lá muito decidido. Diz uma lenda que Mike, preparando uma de suas peças com bombinhas, acabou se acidentando, e por recomendação de um médico passou a aprender a tocar guitarra para melhorar a mobilidade de um dedo que feriu no acidente. Verdade ou não, Michael Nesmith só começou a dedilhar o instrumento aos 20 anos.

Após uma passagem pela Força Aérea norte-americana, Nesmith começou a participar de pequenas bandas de folk, country e eventualmente rock'n'roll. A partir daí a mudança para Los Angeles atrás do sucesso foi inevitável. Começou a ter composições gravadas pela Paul Butterfield Blues Band (Mary, Mary), Linda Ronstadt and the Stone Poneys (Different Drum) e Frankie Laine (Pretty Little Princess). Aliás, foi no ano em que compôs Pretty Little Princess, em 1965, que fez um teste e entrou para os Monkees.

Muita gente desdenha os Monkees como uma banda fabricada para uma série de TV na esteira do sucesso de A Hard Day's Night, dos Beatles, mas Nesmith era um cara talentoso que logo se rebelou com o fato de ter suas composições quase sempre vetadas. Mesmo assim acrescentou ao catálogo da banda grandes músicas como: “The Girl I Knew Somewhere”, “Mary, Mary”, “Listen to The Band”, “Tapioca Tundra”, “Circle Sky”, entre outras.

Mas Nesmith se encheu da camisa de força imposta pelos produtores do Monkees e deu um adeus aos tempos pop. Foi aí que montou a First National Band junto com Orville 'Red' Rhodes famoso tocador de pedal steel (um tipo de guitarra de mesa com um pedal bem característica do country), o baixista John London, o pianista Earl P. Hall e o baterista e amigo de longa data John Ware. Com essa formação a First National Band gravou três discos, mas o melhor e essencial na discografia de Nesmith foi o primeiro, de 1970, “Magnetic South”.

Depois de mais dois discos e poucas vendagens, a banda se desintegrou, com exeção de Red, que manteve-se fiel a Nesmith. O contrato com a gravadora RCA ainda exigia um disco, mas os engravatados não abriram a mão e queriam algo barato. A solução? A grande obra-prima do ex-Monkees, “And the Hits Just Keep on Comin'”, de 1972, onde Nesmith e Rhodes gravaram sozinhos, um disco inteiro de violão e pedal steel, uma formação impensada, mas que caiu como uma luva para o estilo poético e irreverente das letras características de Nesmith.

A carreira de Mike seguiu por mais uns bons anos com algumas boas surpresas como “Pretty Much Your Standard Ranch Stash”, mas apenas “Magnetic South” e “And the Hits Just Keep on Comin'” já bastaram para mostrar todo o talento desse heróia esquecido da música. Experimente pegar uma estrada ao som da First National Band e não se sentir num road movie.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Quando ainda ouvíamos em Discman


Já estamos virando retro!

Para alguém como eu, que tem 'trinta e pouquinhos' ou está perto da casa dos 'inta', o revival dos anos 80 nos traz apenas lembranças infantis, porque as mais vívidas mesmo aconteceram nos anos 90. E quanto preconceito essa década ainda carrega! Tem gente que diz que ela não teve personalidade e mais um monte de baboseiras, mas os últimos 10 anos do século XX já começaram a ganhar status de 'tempo bom'.

Tanto que um especial de TV bem legal foi produzido pela VH1 - I Love The 90's - falando sobre cinema, música, TV, moda, acontecimentos e quinquilharias de 1990 a 1999, ano a ano, com comentários de atores de séries como Barrados no Baile, Melrose Place, Party of Five, Dawsons Creek, músicos como Liz Phair, MC 'Can't Touch This' Hammer, Michael Bolton (que tem um quadro das três maiores gatas de cada ano que é sensacional!), o babaca do Jerry Springer, o maluco do John K, criador da animação mais doida e nojenta - South Park, representada por Trey Parker na série é escrotão também, mas perde no quesito insanidade para um gato e um chiuaua de sexualidades indefinidas – já vista na telinha, entre muitos outros.

Lembra da novela das patinadoras Tonya Harding e Nancy Kerrigan? E da fuga e julgamento do O.J. Simpson? Do show sobre o nada? E aquela pulserinha que era um tipo de régua de metal que enrolava no pulso quando a batíamos contra nosso antebraço pra grudar? Daquele boneco do Elmo que entrava em êxtase quando fazíamos cócegas suspeitas em seu corpo? Da guerra entre costeletas de Brandon e Dylan (o estudante de colégio mais velho que o mundo já viu)? E filmes? Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Clube da Luta, Matrix (o primeiro, os outros dois são um lixo e são dos anos 00), Singles, Reality Bites... E de quando era legal não lavar o cabelo e usar camisa de flanela? Ou quando cool mesmo era a onda do Britpop? Pois é, tá tudo lá.

Duvido que você consiga parar de ver antes de conferir todos os episódios dessa série tão divertida e que produz, além das muitas risadas, uma leve sensação de que estamos começando a ficar velhos.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um gostinho de The Commitments

A alma do soul

Após seis anos sem tesão para voltar a escrever um blog, aqui estou eu de volta, e nada melhor para que essa chama se reacendesse do que algo que toca a alma. E estou falando em alma pra valer, soul mesmo. E é claro que eu tinha de começar divagando sobre algum filme, mais ainda hoje, depois de comprar uma edição especial de um daqueles que podem nem ser uma obra prima que todos se lembrarão para a eternidade, mas com certeza é um daqueles que marcam você, te fazem sentir algo diferente em sua alma. E para mim, The Commitments é um desses filmes.

A história é simples e cheia de boas sacadas, como as músicas cantadas por James Brown, Aretha Franklin, Marvin Gaye, Sam Cook e tantos outros. Simples na estrutura, mas com a vontade e a força de algo que é pra valer, que vem do fundo da alma, mesmo que a princípio pareça básico demais como a história de um irlandês nos seus vinte e poucos anos que quer montar uma banda de soul em Dublin. "Mas nós não somos brancos demais pra isso?", pergunta um dos personagens (o saxofonista) para o protótipo de empresário musical, que responde: "O irlandês é o negro da Europa. Então diga comigo: Eu sou negro e tenho orgulho disso!" Oués!

Vendo pequenos documentários do DVD extra você logo percebe que o filme é por si só uma obra feita sem lá muita grana, mas com muito coração. Os atores principais na verdade nem são atores, são músicos. Mas é desse 'jeitinho irlandês' de se ir levando as coisas com raça e diversão que todo o filme é realizado. E tirando aquele inglês carregado e engraçado, o tempo chuvoso quase onipresente, e um detalhe ou outro... além de negros, eles bem poderiam também ser os brasileiros da Europa. Alguém afim de montar uma banda de música tradicional irlandesa?